A Worx Real Estate Consultants lança o WMarket Review Mid-year 2022, uma publicação bianual que analisa a atividade recente do mercado imobiliário em Portugal e apresenta tendências e previsões para os próximos tempos.
“Neste estudo, considerou-se relevante olhar para o contexto macroeconómico de pressão nas condições financeiras, o aumento das taxas de juro de referência (com o impacto expectável e visível nos mercados de capital), o aumento dos custos de financiamento das empresas, a inflação alta, a depreciação do euro face ao dólar, e a redução do rendimento real disponível das famílias.”, afirma Sílvia Dragomir, Head of Research da Worx, a propósito deste lançamento.
Procurou-se igualmente incorporar a vertente da sustentabilidade de forma transversal na análise dos diversos setores imobiliários, dado que trará cada vez mais implicações ao setor e à economia em geral, com um peso significativo no acesso a financiamento, liquidez dos ativos e retenção de inquilinos.
Ficam, de seguida, os destaques dos principais indicadores do mercado imobiliário em Portugal analisados no WMarket Review Mid-year 2022.
Investimento em Imobiliário Comercial
No primeiro semestre do ano, o investimento em Imobiliário Comercial (CRE) ultrapassou os €780 milhões em Portugal, uma variação homóloga de 45%. A esse valor acresceram mais 4 transações recentes que contribuíram com €360 milhões, elevando o total para um valor superior a €1.100 milhões até ao final de agosto de 2022.
Os portfólios Connect, vendidos pelo Novo Banco à Blackstone por €208 milhões; das residências de estudantes Smart Studios, vendidas à Round Hill Capital por €200 milhões; e um outro de Industrial & Logístico (I&L), comprado também pela Blackstone à M7 Real Estate por €125 milhões, foram as principais transações de investimento em (CRE). Ao registar duas das maiores transações do ano, o setor I&L liderou o volume de investimento, com 37% dos capitais alocados.
As yields prime em Portugal registaram, na sua generalidade, uma redução durante o último ano, com compressões de 25 pontos base (p.b.). Destacaram-se o setor I&L e o segmento de retail parks com as maiores descidas nas yields prime, de 50 p.b. e 40 p.b., correspondendo a decréscimos de 9% e 6%, respetivamente.
Mercado de Arrendamento de Escritórios
O mercado de escritórios transacionou um volume de 168.300 m2 colocados na Grande Lisboa no 1º semestre do ano, distribuídos por 105 operações. A estas acresceram mais 36 operações que colocaram o volume de absorção em níveis de 207.200 m2 até ao mês de agosto. Este nível de procura efetivada quase triplicou face ao período homólogo e já ultrapassou o valor registado no final do ano 2021, de 161.600 m2.
A tendência de crescimento da oferta vai manter-se nos próximos anos. Atualmente, existem 12 projetos em construção, que trarão ao mercado cerca de 240.600 m² de novos edifícios de qualidade acrescida, sendo que uma parte muito significativa se encontra já pré-arrendada (cerca de 78%).
As rendas prime no mercado de escritórios têm registado ligeiros aumentos ao longo do último ano, até 5%. Destacam-se o Prime CBD (zona 1) e a Zona Histórica (zona 4) onde o surgimento de projetos novos e diferenciadores, face à escassez de oferta disponível que caracteriza estas zonas, têm elevado os valores de mercado para €25,5/m2/mês e €21,0/m2/mês, representando crescimentos homólogos de 5% e 2%, respetivamente.
Retalho
A atividade ocupacional no setor de retalho revela uma trajetória crescente, após ter sido um dos mais afetados pela pandemia da COVID-19. Da amostragem recolhida pela Worx, registaram-se cerca de 200 novas aberturas no primeiro semestre. Uma vez mais, o comércio de rua manteve a sua elevada representatividade (70%) e os setores da restauração e do alimentar foram os mais ativos, com 57% e 12%, respetivamente.
As rendas prime do último trimestre registam €127,5/m²/mês no comércio de rua em Lisboa, e €67,5/m²/mês no comércio de rua no Porto. Já a renda prime cobrada nos centros comerciais ainda não recuperou totalmente face a 2019, situando-se em €95,0/m²/mês, e nos retail parks aumentou para os €11,0/m²/mês.
Industrial e logística
A atividade no setor I&L em Portugal registou mais de 210.000 m2 de absorção no primeiro semestre de 2022, refletindo uma quebra homóloga de 40%. Esta quebra justifica-se pela forte procura registada em 2021, fruto do crescimento do comércio online e da procura dos consumidores de forma geral.
No 2º trimestre de 2022, houve uma tendência de subida de rendas prime nas localizações mais próximas dos centros urbanos de elevada densidade e nas principais zonas com projetos novos na Área Metropolitana de Lisboa. As rendas na cidade de Lisboa praticam o valor mais elevado, encontrando-se nos €5,50/m²/mês de renda prime, seguida pelo Eixo Loures-Amadora e o Corredor Oeste com a segunda e terceira renda mais elevada dada a proximidade aos centros urbanos, €5,50/m²/mês e €5,0/m²/mês, respetivamente.
O WMarket Review Mid-year 2022 debruça-se ainda sobre os setores do turismo, residencial e alternativos do segmento da saúde, living e data centres, apresentando os principais dados e indicadores destes setores.
Consulte o relatório completo na nossa área de Research.