Apesar do contexto de incerteza, 2022 revelou-se como um ano ímpar para muitas empresas e para o setor dos escritórios, em particular. Há quem diga que “a festa acabou e nós continuamos a dançar”, e eu acredito que sim, e que temos a capacidade de dançar ao som da nossa própria música, e de ser os grandes motores da nossa festa!
O mercado laboral mantém-se ativo e dinâmico, o que obriga as empresas a continuarem a apostar na inovação e na sustentabilidade. Há uma tendência trazida pela pandemia e que se mantém: a aposta no bem-estar e na qualidade de vida. As questões de ESG são já mandatórias e têm um reflexo direto no desenho arquitetónico dos espaços e na qualidade ambiental dos escritórios.
Contrariando algumas previsões, não sentimos uma diminuição na procura de área (m2 por posto de trabalho), porque, em paralelo com a implementação do hotdesking e do teletrabalho, surgiram novas necessidades e requisitos que já constituem, em muitos casos, um must have. Destes, destacamos as áreas colaborativas, as zonas de reuniões formais e informais, os auditórios ou as phonebooths.
Existem, igualmente, outras características que o mercado vê como um nice to have, como as zonas focadas no bem-estar dos colaboradores: espaços dedicados à prática de exercício físico, bar/fun zone, sleeping rooms ou bibliotecas, por exemplo. Estas tendências poderão parecer utópicas, mas na verdade estão cada vez mais próximas do must have do cliente.
O futuro é incerto quanto aos metros quadrados que cada colaborador ocupará, mas é certo quanto à qualidade que se deve atingir e ao bem-estar que esses metros quadrados devem proporcionar.
Artigo de opinião de Joana Cid Barreto – Head of Architecture, publicado na versão impressa da Vida Imobiliária de Março/Abril de 2023.
