2022 promete continuar a ser um ano de transformação na forma como trabalhamos e como as empresas e os seus colaboradores encaram os seus escritórios. Mas, como está o setor imobiliário a capacitar-se para fazer frente aos novos desafios impostos pelo lado da ocupação? E quais as principais implicações na forma como se fazem negócios no mercado de escritórios?
O setor imobiliário está a passar por uma fase de adaptação dupla: ao trabalho híbrido, que tem vindo a desenvolver-se a uma velocidade extraordinária, e à preocupação crescente com as certificações ambientais e de sustentabilidade.
As grandes multinacionais, e não só, têm implementado cada vez mais modelos de trabalho híbrido, com uma divisão dos dias de trabalho no escritório e em casa. Estima-se que a área a arrendar tenha reduzido entre 15 a 20%, em comparação com as ocupações anteriores, face aos modelos hoje desenvolvidos.
Mas, ao mesmo tempo, as empresas que procuram escritórios já não se preocupam apenas com as capacidades máximas de ocupação e dão agora mais ênfase a edifícios mais amplos e com áreas colaborativas e de lazer, em localizações com mais serviços e transportes, para melhorar a experiência dos colaboradores, captando-os e retendo-os.
Apesar do difícil equilíbrio com o aumento dos custos das obras, que em vários casos subiram 30 a 40%, as empresas reconhecem a importância destas adaptações, uma vez que vão facilitar futuramente o enquadramento dos edifícios às regulamentações ESG (Environmental, Social and Governance), bem como o acesso a certificações como a BREEAM, LEED e WELL.
Em vez de encarar isto como desafios, o setor tem aqui a oportunidade para tornar os espaços de trabalho mais amigos do ambiente, com pegadas carbónicas mais reduzidas e mais eficientes energeticamente, criando espaços mais agradáveis para os colaboradores e focados no seu bem-estar.
Artigo de opinião de Bernardo Zammit e Vasconcelos – Head of Agency, publicado na revista Vida Imobiliária de março 2022.