O facto de 2022 ter sido um ano histórico em termos de ocupação de escritórios, deixa no ar diversas expectativas para 2023, numa altura em que existe também um clima de incerteza face à evolução da economia.
Acredito que um dos principais dinamizadores do mercado será o crescimento dos flex offices. Esta tendência vem já de 2022, onde mediámos importantes expansões como a WeWork ou a IDEA Spaces, por exemplo, e Lisboa ainda oferece uma boa margem para a expansão de novas localizações de flex offices. A isto acresce o já referido clima de incerteza que leva a que cada vez mais empresas optem por este tipo de soluções chave-na-mão, a que se junta o aumento dos custos de fit-out.
Paralelamente, estamos a assistir a um ligeiro abrandamento num dos setores que mais impulsionou a elevada absorção em Lisboa nos últimos anos: o setor de IT. Isto acontece em linha com o que está a acontecer em outros mercados comerciais em todo o mundo, no entanto, Lisboa continua a manter a sua atratividade e a destacar-se face a mercados concorrentes, o que pode evitar a quebra que já se sente em alguns países da Europa.
Por último, mais do que nunca, o pipeline de escritórios em Lisboa começa a estar alinhado com os elevados padrões internacionais no que diz respeito à sustentabilidade dos edifícios. A taxonomia europeia e a maior exigência dos tenants vão forçar a que, cada vez mais, a oferta tenha de se adequar a esta nova realidade. Os próximos 2-3 anos serão seguramente o período de afirmação destes novos edifícios, que vêm também ajudar a que Lisboa continue a posicionar-se como um mercado ainda mais atrativo a nível internacional.
Artigo de opinião de Bernardo Zammit e Vasconcelos –Head of Agency, publicado na versão impressa da Vida Imobiliária de Março/Abril de 2023.