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O novo cenário dos escritórios: Mudanças, Localizações e Tendências

O mercado de escritórios atravessa um dos períodos mais desafiantes e transformadores das últimas décadas. A pandemia não só alterou profundamente a forma como trabalhamos, como veio acelerar uma mudança estrutural nas exigências das empresas e dos colaboradores em relação ao espaço de trabalho.

Neste artigo, Francisco Caldeira, Head of Capital Markets e Agency Director, analisa as principais tendências que moldam o setor em Portugal, com foco nas novas exigências de ocupação, nas localizações emergentes, na evolução da oferta em Lisboa e Porto e no impacto do teletrabalho. Um olhar informado e estratégico sobre o presente e o futuro dos escritórios, através da lente especializada da WORX Real Estate Consultants.

 

Transformação do espaço de trabalho

A pandemia acelerou transformações estruturais no mercado de escritórios, tanto em Portugal como a nível internacional. Mais do que um aumento de área, as empresas procuram hoje uma reorganização funcional dos seus espaços, privilegiando ambientes colaborativos, tecnologicamente avançados e atrativos. O objetivo é claro: incentivar o regresso ao trabalho presencial, promover o bem-estar, aumentar a produtividade e reforçar a retenção de talento.

Atualmente, o escritório é concebido como uma experiência integrada para os colaboradores. Espaços dedicados à formação, ginásios, áreas de lazer, cantinas, creches e zonas de meditação passaram a fazer parte de muitos projetos, tornando o local de trabalho mais humano e apelativo. A personalização, a tecnologia de ponta, a abundância de luz natural e a integração de áreas verdes são hoje elementos fundamentais para reforçar a atratividade dos escritórios.

 

Oferta e disponibilidade de grandes espaços em Lisboa e Porto

Apesar da elevada procura, Lisboa e o Porto continuam a disponibilizar espaços de grande dimensão. Na capital, o stock atual ronda os 4,4 milhões de metros quadrados, com um crescimento anual estimado entre 1% e 3%. Em 2024, foram já concluídos cerca de 88.190 m², prevendo-se a entrada no mercado de mais 350.000 m² ao longo dos próximos três anos.

A Zona 5 (Parque das Nações) destaca-se como uma das mais dinâmicas, com projetos emblemáticos como o Echo, do complexo EXEO (20.787 m²), e o Oriente Green Campus (38.000 m²), este último ainda com disponibilidade parcial. A elevada procura por espaços modernos, bem localizados e adaptados às novas exigências evidencia-se pela escassez crescente nestes edifícios.

 

Localizações em ascensão

Embora o Central Business District mantenha a sua relevância, novas localizações começam a afirmar-se no mercado. A zona ribeirinha histórica, por exemplo, tem vindo a ser requalificada com projetos como a sede da EDP e o EDP II. Desenvolvimentos como o ALLO, o Cais V e a sede da VdA reforçam o interesse pela zona, beneficiando da proximidade ao rio Tejo, da qualidade arquitetónica e do contexto urbano envolvente.

Também Entrecampos tem vindo a assumir um papel estratégico, impulsionado pelo ambicioso projeto da Fidelidade, que promete revitalizar a área e diversificar a oferta de escritórios de elevada qualidade.

 

Evolução do conceito de escritório

As expectativas das empresas e dos colaboradores têm vindo a moldar um novo paradigma: maior flexibilidade, espaços colaborativos e uma atenção redobrada ao bem-estar. Tecnologias integradas, certificações de sustentabilidade (como LEED e WELL) e áreas de descompressão são agora requisitos quase obrigatórios. Os edifícios mais recentes refletem esta evolução, oferecendo níveis superiores de conforto, eficiência e serviços complementares.

 

O futuro do teletrabalho

Após a consolidação do trabalho remoto durante o período pandémico, 2024 marca o início de uma mudança de ciclo. Em mercados como os Estados Unidos, empresas e entidades públicas estão já a impor o regresso ao escritório. Em Portugal, esta tendência manifesta-se de forma mais gradual, mas já se verifica uma diminuição nos dias de teletrabalho.

As razões para esta reversão são múltiplas: maior produtividade, reforço da cultura organizacional, melhor integração de novos colaboradores e estímulo à colaboração presencial. Em resposta, muitas organizações têm adotado modelos híbridos estruturados, com dias fixos de presença física nos escritórios.

 

Para além dos Recursos Humanos: o fator económico

O regresso ao escritório não se deve apenas a fatores humanos, mas também a razões financeiras. Empresas com investimentos significativos em ativos imobiliários ou contratos de longa duração enfrentam crescentes pressões para rentabilizar os seus espaços. Acresce que a presença física influencia positivamente a inovação, a cultura corporativa e a retenção de talento.

O escritório está longe de desaparecer. Está, isso sim, a reinventar-se como peça central de uma estratégia empresarial mais eficiente, integrada e orientada para o futuro.

 

Artigo escrito por: Francisco Caldeira, Head of Capital Markets and Agency Director

 

9 de maio de 2025

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