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Sentimento de Incerteza volta a dominar o mercado imobiliário no fecho do ano

Numa altura em que o sentimento de incerteza volta a dominar no mercado imobiliário português, os profissionais do setor mostram-se, ainda assim, confiantes que o cenário em 2024 poderá não ser muito diferente do dos últimos meses, prevendo uma tendência de continuidade na maioria dos setores.

Este é uma das principais ideias extraídas do último Fórum de Opinião levado a cabo pela Vida Imobiliária em 2023, que desafiou mais uma dezena de especialistas de diferentes setores a partilhar a sua avaliação sobre a forma como o mercado nacional evoluiu ao longo do ano e a avançar quais os principais desafios o irão marcar no arranque de 2024.

 

Pedro Rutkowski CEO Worx
Pedro Rutkowski CEO

O ano de 2023 para o mercado imobiliário comercial foi amplamente determinado pelo contexto financeiro global, no qual a subida da taxa de inflação coexistiu com a política monetária restritiva imposta pelo Banco Central Europeu, com consecutivas subidas das taxas de juro.

Se no primeiro semestre foi apurado um volume de investimento superior ao período homólogo, as condições mais restritivas de acesso a financiamento influenciaram a quebra de cerca de 40% no volume de investimento registada no acumulado do terceiro trimestre.

Dado que esta dinâmica se verificou em todos os principais mercados europeus e que os fundamentais de mercado se mantêm, é de supor que Portugal se manterá competitivo relativamente a outros mercados, continuando a atrair investimento estrangeiro. Aliás, se nos focarmos nos setores do retalho e do turismo vemos que registaram volumes de investimento superiores ao período homólogo, muito graças aos excelentes indicadores de performance operacional.

Apesar do contexto atual, é de crer que o próximo ano possa marcar o início de um novo ciclo, indiciado pelos sinais abrandamento da inflação que se verificaram nos últimos meses. Todavia, a meta de 2% de taxa de inflação só deverá ser atingida em 2025, o que deverá refletir-se nos volumes de investimento de 2024.

Para além do contexto global, no plano nacional surgem como grandes desafios do próximo ano a necessidade de uma solução governativa estável, a qual é crucial para prosseguir a captação de investimento estrangeiro, e ainda, a necessidade de uma resposta efetiva e de desburocratizada operacionalização que dê resposta à crise da habitação.

De uma forma geral, acreditamos que será um início de 2024 desafiante, mas com Outlook positivo até final do ano caracterizado pela contínua resiliência dos setores do retalho e o turismo e a atratividade dos ativos prime nas zonas mais consolidadas.

 

Artigo de Opinião de Pedro Rutkowski, CEO na Worx, publicado na edição Impressa 244 da Vida Imobiliária.

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